Maternidade é se redescobrir, desenhar um novo livro da vida.
Yoga é viver esse novo livro com lucidez.
PAZ e LUZ!
Vivi

sexta-feira, 20 de abril de 2012



Amamentar

Quando penso nessa palavra, nessa altura da minha vida, penso em entrega, troca, olhar, carinho.

Um banho de amor, um momento único de conexão com o pequeno ser, que está sob minha responsabilidade, temporariamente, numa troca linda chamada maternidade.

Sempre imaginei amamentar, nada fiz para preparar meus seios, apenas alguns banhos de sol durante a gestação. Carreguei em silêncio certo receio de como seria o sugar, se doeria, machucaria, se me daria aflição, e com esse mix de medos do novo, me deparei com uma sensação linda ainda na sala de parto, pois logo depois do nascimento dispuseram o meu pequeno para mamar no meu seio. Que sonho, todos os medos foram embora naquele instante, senti uma sensação estranha física, mas nada que possa dizer que é dor, o carinho e a felicidade foram muito maiores, estávamos iniciando uma linda forma de troca.

Nos dias seguintes ele continuou se alimentando do meu amor e do colostro, alimento extremamente importante para sua imunidade, pois é rico em anticorpos, que brotavam suavemente dos meus seios. Um seio a cada mamada, dei sem controle de tempo, sem pressa para acabar, curtindo cada instante. A sensibilidade que deixou os mamilos doloridos foi aliviada com as milagrosas pomadinhas, e passaram definitivamente com o tempo e são bem toleráveis.

Depois de dois dias do parto, ainda na maternidade, o leite veio com todo seu esplendor, acompanhado sim de muita dor, meus seios ficaram enormes de uma hora para outra e duros, quentes. Recorri na madrugada a parteira (enfermeira obstétrica) que acompanhou minha gestação e o parto, ela me tranquilizou e sugeriu que não mexesse, mas que deveria dar de mamar ao pequeno. Disse que no dia seguinte tudo voltaria ao normal, que fazia parte do processo. Logo tudo fluiria. Que bom poder contar com esse apoio num momento tão frágil. Mulher parida requer muito carinho e cuidado, a mudança emocional é grande e o suporte de pessoas experientes é muito importante. A quarentena muito mais que repouso físico é uma reordenação emocional, nem sei se poderia chamar assim, mas é uma fase que a mulher precisa de três coisas fundamentais, apoio, apoio, apoio, não merece ser questionada, nem julgada, apenas apoiada nesse mar de descobertas que começa a navegar. Não é em vão que o trabalho de parto é algo trabalhoso, de certa forma difícil, pois é algo que trás a tona a força da mulher, sua garra e vontade, que na minha experiência foi fundamental para o momento que surgiu, o da maternidade.

De fato, logo meus seios voltaram ao normal, e o pequeno pode se alimentar com um leite fresquinho, rico de bons pensamentos que emano quando me sento para deliciá-lo.

O fluir do leite está, a meu ver, diretamente ligado com o fluir da mãe, ela tem que estar plena, sem questões emperrando o processo, mesmo pequenas coisas podem atrapalhar esse fluir natural. É uma forma de nos libertarmos de nossas travas e nos permirtirmos sermos pessoas mais soltas, mais livres.

É muito gratificante poder nutri-lo, me sinto em ligação com a natureza, com a Terra abençoado planeta-mãe. Porém é preciso querer, estar disponível, se permitir esse contato e essa dependência, mesmo nas madrugadas a fora, tudo com muito afeto e calma. Paciência para que ambos desfrutem esse momento onde ninguém pode interferir, mudar, nem fazer por nós. É um momento de mãe e filho. 

Vejo o Amamentar como uma experiência de entrega da mulher para seu bebê, que se nutri não só de leite, mas também de carinho, de presença, de dedicação, de calor, de colo, de aconchego, de cheiro que ele conhece, de carinho, de brincadeira, de conforto nos momentos de dor, de AMOR!
Vivi

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